quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Simplesmente Meg


Há doze anos atrás, quando eu tinha nove anos de idade, a Pretinha - uma dachshund que um tio tinha - criou 5 filhotinhos.
Apesar de ainda estarem recém-nascidos, eu já escolhi ali, na hora, qual dos bebezinhos eu queria de presente. Escolhi uma fêmea de cores preta e caramelo, que tinha uma linda mancha branca no peito, diferente dos outros filhotes.
Algum tempo depois disso ela estava em casa e passei com ela o que passamos com todo filhote de cachorro: a indecisão na escolha do nome, a choradeira na primeira noite, a luta para ensinar o bichinho a fazer suas necessidades fora de casa, as mordidas doídas de quando os dentes de leite estão caindo.. Coisas que valem a pena quando você recebe aquela recepção calorosa quando chega em casa (mesmo que tenha ficado 5 minutos na rua), ou quando ele faz de tudo para conseguir sua atenção e seu carinho.
Eu a ensinei a sentar, deitar, ficar de pé, rolar, dar a patinha, ficar e esperar.
Ela nunca teve medo de trovões nem de fogos de artifício (late muito pra eles, por sinal). Em compensação, se ela ver fogo e chispa de uma vez só (não me pergunte por que).
Ela adora quase tudo que é comida (menos azeitona e champignon), principalmente tomate e pepino. Ela enlouquece.
Ela detesta outros cachorros e outros animais em geral. Especialmente gatos e cavalos. Late tanto quando vê um que fico surda por alguns minutos seguintes.
Se algum passarinho der bobeira, ela pega. Se ela pega ela mata. E se ela estiver afim, ela come. (Daí depois eu só acho as penas. Eca)
Ela faz qualquer coisa por um ossinho daqueles próprios pra cachorros.
Ela levanta da cama de manhã só pra dar "bom dia" pro pessoal aqui de casa que também levantou, e depois volta a dormir para acordar de novo só as 11:00h da manhã.
Ela fica do lado da mesa durante o almoço. Só olhando. Não faz nem um barulinho, e sabe que sempre ganha alguma coisinha depois.
Ela não gosta de ficar sozinha. Se tem alguém em casa ela segue essa pessoa por todo lado.
Ela detesta tomar banho. É até engraçado os sons de reclamação que ela faz quando toma um.
Ela tem uma naninha de dálmata.
Por algum motivo ela odeia que encostem nos tornozelos das patinhas de trás dela.

Poderia escrever sobre ela um ano inteiro.
Mas domingo de ela teve uma convulsão e tive que levá-la a um hospital veterinário 24h.
Ela foi internada, ficou lá por dois dias, e fez uma bateria de exames.
Com esses exames descobrimos que ela sofre de insuficiencia cardíaca, e por conta disso deverá ser medicada pro resto da vida.
Além disso, no ultrassom que ela faz acusou uma infecção no útero, que exigia cirurgia imediata, o que era complicado, uma vez que a anestesia poderia mata-la por conta de sua idade e de sua cardiopatia.
Hoje ela fez a cirurgia, e quando a cirugiã abriu sua barriguinha, descobriu que não havia nada de errado no útero, mas sim em um dos rim, que por sinal nem funcionava mais.
Busquei ela no fim da tarde, sem o útero e com um rim a menos, e ela estava bem ruinzinha.
Ela não comeu nem bebeu nada hoje, já que foi de jejum pra cirurgia e até agora não consegue nem tomar água.
Pra ajudar ela não tomou seus remédio hoje, por que ela não consegue toma-los, e o anti inflamatório, que ajudaria na dor, está até agora dentro da caixinha em cima da mesa.

Neste post inteiro falei da Meg: minha cachorrinha, minha companheira. O único ser vivo que não me julga e que me ama completamente, apesar de todos os meus defeitos.

Eu nunca perdi nenhum ente querido ou próximo para saber como isso funciona, mas ve-la desse jeito sem que eu possa fazer nada para ajudar me quebra o coração em milhares de pedaços. E imaginar que, talvez, ela possa não se recuperar me mata também.
Tenho certeza que muita gente acha que isso tudo é exagero da minha parte. Pois bem, o blog é meu, e eu escrevo o que bem tenho vontade.

A Meg faz parte de quem eu sou, e eu sempre coloco ela nos meus planos. Sempre vai ser assim.
Eu só não vejo a hora de ela melhorar para vir pedir carinho e deitar no meu colo.
Ah, meu Deus, eu amo essa cãzinha!

2 comentários:

Priscila B.C. disse...

OH, minha linda!!

Não é exagero não...

Conviver por tanto tempo com um cãozinho que é tão carente (espécie) e generoso e leal e esperto e fofo. O mínimo que a gente sente é muito muito muito apego.

Vai ficar tudo bem com a Meg. Estamos na torcida.

(nós, porque a Lola, na verdade, só tem medo dela)

:)

Anônimo disse...

Difícil achar vc uma pessoa menos interessante! As vzs me impressiona o tanto q algumas idéias suas batem com as minhas...!